Ansiedade generalizada – 06.12.2017
É impressionante como todos nós, especialistas na área do Direito da Seguridade Social, estamos ansiosos com relação a apresentação do Projeto da Reforma da Previdência. Certamente, muito dessa expectativa se dá diante dos acontecimentos dos últimos anos, em que mudanças propostas na Previdência têm sido operacionalizadas através de medidas provisórias, com surpresa e de inopino, ou sem o prévio debate e a consideração com a sociedade e com os diretamente envolvidos com as mudanças. Estamos, na verdade, com medo do medo, pois encaramos diariamente segurados e dependentes. Conhecemos a realidade desse extrato populacional desconhecido por muitos, até mesmo por outros advogados que não atuam nessa área de grande relevo social. Sabemos o importante papel da Previdência na garantia de dignidade humana para uma ampla maioria da população. E que o discurso do déficit não é verdadeiro e se isso é assistencialismo ou não, eu não sei. Sei que é o Brasil. E que, mesmo que possamos pensar num sistema ideal, baseado no que se vive em outros países, não podemos nos esquecer do Brasil. De suas enormes contradições, que ainda seguem intocadas. E que o bem e o mal não existem, por isso precisamos ter pragmatismo em tudo. Naquilo que efetivamente precisa ser reformado e naquilo que não deve reformado. Pois também não podemos pensar que nada deve ser alterado. Que o mundo não mudou e que está tudo ótimo. Não existem lados. Deveríamos estar todos juntos. Por que deixamos nosso país ser acometido de uma completa e raivosa segmentação? Eu torço para que efetivamente se estabeleça um ótimo debate no Parlamento Brasileiro. Eu ainda acredito nisso.