Mesa de bar
Na mesa do bar encontram-se Fulano, Beltrano, Sicrano e Zutano. Os quatro etilistas crônicos, com históricos de problemas com uso de álcool e dependência química. Conversam:
Fulano: o pior problema da bebida é que você nunca consegue ficar em apenas um copo. Ela é traiçoeira. Você bebe o primeiro copo e vai de boteco em boteco, bebendo para valer. Só pára no final, quando estas prestes a cair. É por isso que a bebida alcoólica é extremamente perigosa. Tem-se que ficar longe dela, senão você acaba literalmente na sarjeta.
Beltrano: a bebida gera uma série de problemas psicológicos. Primeiro vem a depressão. Depois o isolamento. Você vai com o tempo empobrecendo socialmente. Começa a beber com mais frequência e vai se afastando das pessoas que verdadeiramente gostam de você: os amigos, a família. Ao final, você fica totalmente na solidão. Não participa mais de festas, aniversários, encontros. Nada mais passa a ter graça, somente a cervejinha no boteco. A bebida é verdadeiramente egoísta, por isso se deve ter cuidado com ela. O melhor mesmo é não beber.
Sicrano: grave mesmo são as consequências físicas da bebida alcoólica. Começa com as alterações no sistema digestivo. A barriga cresce, o refluxo e a azia se tornam uma realidade. Depois ela atinge as pernas. Você não consegue mais caminhar direito. Subir escada torna-se algo impossível. Bebida alcoólica faz muito mal, não dá para se envolver com ela.
Zutano: você perde tudo. Emprego, carreira, dinheiro. Começa com brincadeira entre amigos, e logo se está tomando bebidas fortes e você se torna dependente delas. Daí vem às internações, os antidepressivos e as sequelas no corpo e também na mente: ansiedades, paranóias, agressividade, insônia, culpa, depressão. Definitivamente, bebida é coisa do inferno. Beber é a certeza de alienação, perda da liberdade e da alegria de viver.
Os quatro param de falar, respiram, olham para os lados. Beltrano levanta, assobia e indaga:
– Ta e então? Quem é que paga a próxima?