Sobre ontem
Eu esperei por 4 anos o dia de hoje e parecia que nunca chegaria. Foi insuportável aguentar Jair Bolsonaro. Respeito muito quem não pensa como eu. E Bolsonaro, por incrível que pareça, não é o principal culpado. Ele sempre foi o que ele é. Desde os anos 90. Não mudou nada. Incrivelmente ele é, nestes anos todos, o mais sincero de todos. O que precisamos refletir é como chegamos ao ponto de acreditar que uma pessoa como ele poderia ser um caminho.
A direita é muito importante para o país. Sem ela não tem esquerda. Mas não concordo com radicalismo, seja pela direita ou pela esquerda. Não gosto de bagunça e o Brasil virou uma baderna. Foi insuportável ouvir tanta asneira, ataques à democracia, aos direitos sociais, e todas formas de agressividades possíveis e imagináveis. Diariamente. Chegamos ao limite.
O STF – que tem problemas – foi afrontado todo tempo, mas em nenhum momento, mesmo com maioria no congresso, propuseram qualquer debate ou projeto para alterar a forma de indicação dos ministros para a Corte – o que certamente seria muito bem aceito pela sociedade brasileira. Optou-se por esticar a corda, o máximo possível, e insuflar as pessoas contra as instituições, colocando em risco, sim, nossa democracia ainda em construção.
Passamos o tempo inteiro ouvindo ameaças e perdemos um tempo precioso onde poderíamos ter avançado em pautas importantes, como as reformas de estado, que nosso país tanto precisa. Meu voto não foi em Lula e no PT, mas principalmente pelo fim de um modelo que não funcionou como prometido. Um voto crítico. Para mim, não está em jogo nenhum partido político, não sou ligado a nenhum deles, mas, sim, com a capacidade de dialogar sem radicalismo. Vamos fiscalizar o novo mandatário do país. Não admitiremos enrrolação e cobraremos resultados. E se for para a direita voltar, ótimo, isto é democracia. Mas, POR FAVOR, que volte com pragmatismo: menos discurso e mais prática.